Decorreu no passado dia 17 de novembro a 3ª Sessão LabTE sob a temática "O efeito da pandemia na utilização da tecnologia digital" tendo como convidada a Doutora Cristiane Tolentino Machado, docente de Histologia e Embriologia na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM - Diamantina, Minas gerais).
É responsável por uma unidade curricular que é lecionada aos primeiros anos dos cursos de saúde e possui uma carga horária por turma de 60h semestrais, sendo uma uma disciplina ministrada no laboratório.
Antes da pandemia, recorria com frequência a quizes (Kahoot e Quizizz), aplicando a metodologia de Flipped Classroom. Os alunos trabalhavam material que lhe era disponibilizado pelo Moodle e depois, no início da aula, respondiam a um quiz. Também era proposto aos alunos que criassem quizes para depois aplicar à turma. Era frequente a realização de mapas recorrendo ao Cmap Tools, bem como ao Padlet no âmbito de trabalhos de grupo, elaborados de forma colaborativa para depois partilhadar, finalizando com uma discussão em grupo.
Por exemplo, criaram um mural histológico por cada tecido recorrendo ao Padlet, depois podiam utilizar este material para revisões ou mesmo para estudar.
Na parte mais interativa da aula, usava as dinâmicas da Instrução entre pares com o apoio do Kahoot.
Ensino Remoto Emergencial (ERE)
Perante a necessidade de entrar em ERE, a Universidade decidiu adquirir o GSuite o que possibilitava o acesso ao Google Classroom e ao Meet. Apesar de a Universidade disponibilizar o Moodle, através do Classroom era mais simples para a partilha de links e integração com outras ferramentas como o Edpuzzle e Quizizz.
As aulas eram gravadas previamente e depois partilhadas no Classroom, facilitando o acesso a todos os alunos e minimizando possíveis dificuldades de acesso à internet. Era tudo disponibilizado de forma assíncrona.
Depois de terem estudado o material disponibilizado, ocorria um momento síncrono para tirar dúvidas sobre os conteúdos e tarefas a realizar, bem como a discussão sobre o material. Estas sessões síncronas também eram gravadas e disponibilizadas, para que todos pudessem ter acesso.
Para a parte de histologia, foram criados vídeos através de um programa que acoplava o microscópio no computador e, assim, podiam ver como se interagia com o microscópio. Era a experiência mais próxima do que se poderia realizar em contexto real, era como se estivessem a visualizar pelo ocular do microscópio.
Ferramentas como o Quizizz, Edpuzle ou GoFormative permitiam que os alunos pudessem aceder a informação complementar, funcionando como apoio ao estudo. Facilitou a diversificação de atividades a disponibilizar aos alunos. A integração destas ferramentas com o Classroom também agilizou o modo como os alunos cumpriam as suas tarefas.
Como aspetos positivos do ERE, os alunos salientaram a flexibilidade de horário para estudar, a possibilidade de rever aulas gravadas e as ferramentas digitais escolhidas. Como aspetos negativos mencionaram fatores relacionados com a própria pandemia, nomeadamente a ausência de contacto pessoal e de atividades práticas presenciais.
A Doutora Cristiane salientou que a adesão dos alunos foi muito alta, o índice de evasão ou retenção estiveram muito próximos do que já ocorria no formato presencial. Por isso, não houve alteração no sucesso médio da unidade curricular. A única dificuldade no ensino remoto foi o trabalho colaborativo.
Durante o debate final refletiu-se sobre a necessidade de repensar o modo de ensino mais expositivo e teórico, pois é necessário que os alunos assumem um papel mais central na sua própria aprendizagem.
Decorre no próximo dia 24 de novembro a próxima Sessão LabTE que terá como convidada a Drª Conceição Malhó Lorga Gomes, Diretora do Agrupamento de Escolas Coimbra Centro, que nos falará sobre a experiência no seu agrupamento.