top of page

Decorreu, no passado dia 10 de novembro, a 2ª Sessão LabTE sob a temática "O efeito da pandemia na utilização da tecnologia digital", tendo como convidada a Doutora Adelina Moura, docente das disciplinas de Português e de Francês no Agrupamento de Escolas Carlos Amarante.

Desde sempre que a tecnologia integra as suas práticas. Mencionou um primeiro Quiz que utilizou numa aula assistida, em 1985, onde os alunos ao clicar na tecla tinham feedback sonoro sobre se estava correto ou não. Algo que agora parece rudimentar, mas na altura foi uma experiência muito interessante para os alunos.

Antes da pandemia já criava e aplicava inúmeros recursos online, através de blogues, websites, podcast e gamificação. Desde cedo aderiu a projetos através do programa Etwinning, promovendo a colaboração com colegas e alunos de escolas internacionais.

Quando surgiu a necessidade de confinar, os alunos estavam já habituados a recorrer e a criar recursos online, a única coisa que não usava, pois não sentia necessidade, era uma plataforma de gestão de aprendizagem. Conhecia a Moodle, por usar na formação de professores, no entanto a escolha do Agrupamento recaiu sobre a Classroom.

Registo do progresso de leitura no Flippity

Passou a organizar na Classroom os vários recursos que disponibiliza aos alunos. O primeiro tópico refere-se a um projeto de promoção da Leitura que tem o nome de Viciados em livros. Em que os alunos são convidados a escolher livros que podem ler em aula ou em casa ao longo do ano, sendo registado o seu progresso através de uma ferramenta disponibilizada pelo Flippity.

Dispõe também um tópico com dicas e conselhos úteis para que possam aplicar à disciplina.

Como os seus alunos são de ensino profissional e necessitam repor de as faltas, algumas delas por motivos de isolamento profilático, optou por disponibilizar exercícios suplementares para a recuperação de faltas através do Wakelet.

Quadro de emblemas disponibilizado em Docs no Drive.

Recorreu a recompensas através de emblemas durante as semanas de confinamento. Instituiu, novamente a tutoria de pares, possibilitando que um aluno que domina o conteúdo acompanha outro com dificuldades. Sentiu necessidade de reforçar o papel do tutor, assim os alunos nunca se sentiram sozinhos durante os dias de confinamento.

Uma vez que uma das suas principais preocupações é o bem-estar dos seus alunos, durante a pandemia sentiu necessidade de criar um momento no início de cada aula que permitisse aos alunos relaxar, facilitando depois a concentração nas atividades.

Slide inicial de cada aula

Desta forma, os primeiros 5 minutos de aula servem para ouvir música calma e respirar fundo, criando assim os 5 minutos Zen. Depois eram apresentadas algumas informações importantes sobre aquele dia, como o Pensamento do Dia, a Notícia do Dia e a Palavra do Dia. Estas atividades promoviam a literacia dos alunos e o enriquecimento do vocabulário.

Com o regresso às aulas em presencial, houve aspetos que manteve, como é o caso do Classroom para apoio e repositório dos materiais. Substituiu os 5 minutos Zen por Mindfulness através da técnica de Zentangle. Desta forma, os alunos relaxam enquanto vão colorindo os desenhos, prevendo a realização de uma exposição destes.

Mantém, também, a prática de enviar os sumários antecipadamente, para que os alunos possam ter conhecimento dos conteúdos a abordar e possam consultar atempadamente os materiais disponibilizados.

O feedback dos alunos sobre as atividades é extremamente importante, permitindo melhorar o seu trabalho e atividades futuras.

Perante as questões colocadas no debate, revelou que há sempre colegas curiosos sobre o que está a realizar em sala de aula, pois ouvem os comentários e sugestões feitas pelos alunos com base na experiência que trazem da disciplina de Português. Como vários colegas do agrupamento sentem necessidade em conhecer melhor estas estratégias, foi preparada uma oficina de formação que irá iniciar em breve. Não é uma formação externa que surgiu como oferta, foi antes a necessidade dos colegas que a originou.

A sessão finalizou com troca de algumas ideias e com a consciência de que a pandemia criou em muitos professores a necessidade de procurar novidades em termos de tecnologia. Por isso, a pandemia criou a oportunidade perfeita para muitos professores compreenderem a mais valia das tecnologias em sala de aula.

Atualizado: 16 de nov. de 2021

A 3 de novembro de 2021, deu-se início às Sessões do LabTE sob a temática "O efeito da pandemia na utilização da tecnologia digital". Onde convidados partilham a sua experiência pessoal e depois é aberto o diálogo com quem está a assistir.

A primeira convidada das Sessões LabTE foi a Dr.ª Marlene Afonso, docente do 3º ciclo do Ensino Básico e Secundário da disciplina de Inglês que apresentou a sua experiência pessoal.

Salientou que o grande motor que permitiu ultrapassar todas as dificuldades que a pandemia criou foi, sem qualquer dúvida, a interajuda e trabalho colaborativo entre professores, mas também a comunicação entre todos os agentes.

Tendo em conta a sua experiência, a opção de Flipped Classroom não funcionou, porque os alunos não dedicam o tempo necessário em casa. Foi o trabalho de projeto que teve mais empenho por parte dos alunos e que apresentou melhores resultados.

Primeiro, em conversa com os alunos, debateu uma nova forma de avaliação através do desenvolvimento de um trabalho de projeto individual ou por pares. Esta proposta foi aceite por estes, o que foi essencial para o sucesso da mesma, pois como fizeram parte da decisão sentiam-se responsáveis pelo sucesso desta medida. Posteriormente, esta alteração foi apresentada à consideração do Departamento, da Direção e, por fim, aos Encarregados de Educação.

Por cada unidade era proposto um trabalho de projeto, em que os alunos aplicavam à realidade os conteúdos da disciplina a aprender. Foram apresentados alguns exemplos de trabalhos realizados pelos alunos sob a temática do ambiente:

  • Uma aluna que deseja ser jornalista preparou um vídeo onde aparece a apresentar diferentes reportagens de 6 cidades diferentes, tal como, num telejornal.

  • Dois alunos criaram um jogo em PowerPoint sobre o Ambiente para testar os conhecimentos da turma.

Salientou que durante o tempo de ensino remoto, os alunos estavam focados em desenvolver os seus trabalhos, não tendo detectado qualquer sinal de bullying digital entre colegas. Referiu, inclusive, que presenciou interajuda entre alunos que dificilmente ocorreria em aula presencial. Havia respeito pelo trabalho de todos e quando apresentavam, mesmo que se enganassem, ninguém ria ou gozava com o colega. Compreendiam que era normal errar e que, sem praticar, dificilmente melhorariam a oralidade em inglês.

Quando regressaram ao ensino presencial os alunos votaram por unanimidade continuar com o trabalho de projeto.

Na escola, a primeira reação dos outros docentes foi de incredulidade, pois não acreditavam que alunos mais tímidos que, habitualmente não participavam, tivessem concretizado a tarefa. Apenas ao verem os trabalhos realizados por esses alunos, perceberam que estes tinham ultrapassado várias inseguranças para concretizar estas tarefas. Mais tarde, alguns colegas pediram ajuda para implementar, também eles, o trabalho de projeto na sua disciplina, pois os alunos insistiam nesse sentido.

Toda esta experiência foi muito rica e trouxe inúmeros aspetos positivos.

Para a Drª Marlene Afonso, os alunos trabalharam inúmeras competências que ultrapassam em muito as delineadas para a sua disciplina. É com saudade e emoção que fala sobre estes momentos, defendendo que o trabalho de projeto é uma estratégia que poderá auxiliar o desenvolvimento dos alunos de uma forma mais global.


No próximo dia 10 de novembro contaremos com a Doutora Adelina Moura, que irá partilhar na 2ª Sessão LabTE como foi a sua experiência durante a pandemia.

O MindSerena é um projeto de aprendizagem socioemocional para professores e alunos dos 2º e 3º ciclos do Ensino Básico, baseado nas abordagens e princípios científicos do mindfulness. »
Equipa MindSerena
Equipa MindSerena

O projeto MindSerena nasceu após um desafio colocado por uma antiga aluna de Ciências da Educação que, como Técnica superior na Câmara Municipal de Penacova, solicitou ajuda à Prof. Doutora Albertina Oliveira para submeter um projeto a financiamento através da CIM|RC.

A paixão da Prof. Doutora Albertina Oliveira pelo Mindfulness surgiu há vários anos levando ao seu estudo e ao surgimento da Unidade Curricular da Licenciatura em Ciências da Educação denominada: Educação para o Mindfulness. Foi esta a abordagem escolhida para desenvolver um projeto que pretendia reduzir o insucesso escolar.

O projeto iniciou há um ano, para o qual foi constituída uma equipa que desenvolveu diversos materiais que serão disponibilizados no princípio de setembro para auxiliar outras escolas que pretendam implementar esta metodologia.


O que é e como surgiu o Mindfulness?

Diferentes saberes que se aproximaram para criar o Mindfulness

No final do séc. XX as neurociências, os saberes das tradições religiosas de ordem contemplativa e poetas iniciaram encontros, incentivados pelo Dalai Lama. Richard Davidson foi desafiado a estudar no lado positivo do ser humano, o que levou à criação de uma nova vertente de investigação. Os saberes milenares foram desconsiderados com a evolução da ciência no inicio do séx. XX e actualmente fazem parte desta nova vertente de investigação.

Passamos a maioria do tempo em modo de piloto automático. Algo que é negativo já que se reflete também em problemas de saúde, além da óbvia falta de atenção. Segundo vários estudos, passamos 47% do tempo neste estado de piloto automático. A intenção é, por isso, de intervir ao nível da atenção.

Os professores salientam que o aluno não tem atenção na aula, mas ninguém explica como é que se consegue estar com atenção. Exige muito treino o que faz com que muitas pessoas desistam, infelizmente. A investigação salienta que com treino consistente conseguimos atingir os objetivos. Implica treinar, para que se possa alcançar "um estado de recetividade, de abertura, de curiosidade, de foco de atenção, de alerta tranquilo".


Dois modelos de base

Para o desenvolvimento do projeto a equipa baseou-se em 2 modelos de Mindfulness: Bishop, et al (2004) e Modelo SAUNA.

Segundo o modelo de dois componentes de Bishop, et al (2004) é necessário trabalhar outras dimensões do ser humano que não são muito desenvolvidas habitualmente, devendo-se orientar para a experiência imediata, captando o fluxo momento a momento.

Já o Modelo Shauna acrescenta um terceiro componente: a intenção. Defende que tudo é interdependente, tudo tem efeitos. É por isso importante desenvolver as qualidades mais nobres do ser humano. O treino deve ser ao nível das atitudes, refletindo sobre qual a atitude que temos em relação a nós e aos outros. Ajuda a desconstruir algumas vias neuronais e ajuda a construir outras mais saudáveis.


Projeto MindSerena 2018/2019

Todas as turmas do 6º e 8º ano foram envolvidos no projeto, num total de 209 alunos. Este é um projeto de intervenção, estando a decorrer a investigação em simultâneo. O plano de trabalhos consistiu em 5 etapas, inicialmente com professores, depois alunos e posteriormente a comunidade.

No 2º período de formação os professores foram co-criadores das atividades a aplicar em sala de aula.

Durante a etapa com os alunos houve intervenção dos professores e dos técnicos do projeto, que tiveram direito a 45min semanais com as turmas num total de 8 semanas. Algumas práticas foram gravadas para que em casa pudessem treinar com a família e com amigos. A intervenção com os alunos iniciou na sala e depois passou para o exterior e espaço envolvente aproveitando o bom tempo.

Estão agora a decorrer as formações com os auxiliares e ainda irá decorrer formação com os pais.

As mudanças são físicas ao nível da estrutura cerebral, mas também na composição sanguínea. As zonas do cérebro mudam de tamanho e há novos neurónios que são desenvolvidos promovendo assim o bem estar de todos.

É certo que inicialmente poucos foram os profissionais que nas escolas acreditaram no sucesso do projeto, colocando desde logo algumas dificuldades, mas neste momento são os primeiros a garantir que realmente vale a pena implementar o Mindfulness nas escolas. Este foi um dos maiores sucessos do projeto, conseguir a adesão dos mais resistentes, pois assim se provou que realmente trás benefícios.

  • Facebook
  • Twitter
  • Email
FPCEUC_V_FundoClaro.png

© 2019 LabTE

bottom of page