No passado dia 15 de fevereiro, recebemos no LabTE a Profª Doutora Daniela Ramos da Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil) que apresentou uma palestra sobre a temática "Jogos Digitais, Cognição e Aprendizagem". Através desta palestra foi possível conhecer o trabalho que tem desenvolvido em prol da melhoria da aprendizagem recorrendo a jogos digitais para aumentar a atenção dos alunos.
As "funções executivas integram habilidades necessárias para controlar e regular nossos pensamentos, emoções e ações" (Ramos, Novaes, Martins, & Bianchi, 2017, p.3). Estas podem dividir-se em 3 categorias de competências: Autocontrole, Memória de trabalho e Flexibilidade cognitiva. Estas funções desenvolvem-se ao longo da infância beneficiando de ambientes estimulantes e cuidadores presentes e carinhosos. O défice no desenvolvimento das funções executivas justificam, na maioria dos casos, comportamentos inadequados. É por isso fundamental o seu desenvolvimento para a melhoria no desempenho escolar (Ramos, et. al. 2017).
Surge então a plataforma Escola do Cérebro, onde um professor pode inscrever a sua turma e acompanhar o desempenho dos alunos enquanto estes desenvolvem as várias funções executivas.
Esta plataforma foi desenvolvida em estreita colaboração com crianças e professores, permitindo criar uma ferramenta bastante enriquecedora.
Vários são os estudos já publicados que evidenciam as mais valias de utilização dos jogos digitais e que demonstram uma efetiva melhoria da capacidade de atenção dos alunos. Podemos observar alguns dos resultados salientados durante a palestra:
Esta foi uma palestra que salientou os efeitos que os jogos digitais podem ter na melhoria das capacidades das crianças. No entanto, alertou para um contexto de investigação que em Portugal não é comum. A Universidade de Federal de Santa Catarina dispõe de um Colégio de Aplicação, que corresponde a uma escola do ensino básico e secundário com três turmas por cada ano escolar. Nesta escola é possível aos investigadores realizarem estudos de forma regular, mas também facilita a experiência prática dos futuros docentes que se formam naquela Universidade.
Para aprofundar o tema, recomendamos:
Ramos, D. K., & Anastácio, B. S. (2018). Habilidades cognitivas e o uso de jogos digitais na escola: a percepção das crianças. Educação Unisinos, 22(2), 214–223. https://doi.org/10.4013/edu.2018.222.11
Ramos, D. K., & Martins, P. N. (2018). Jogos digitais em contextos educacionais e as inteligências múltiplas: aproximações e contribuições à aprendizagem. Research, Society and Development, 7(5), 1–17. https://doi.org/10.17648/rsd-v7i5.318
Ramos, D. K., & Melo, H. M. (2016). Jogos digitais e desenvolvimento cognitivo: um estudo com crianças do Ensino Fundamental. Neuropsicologia Latinoamericana, 8(3), 22–32. https://doi.org/10.5579/rnl.2016.0324
Ramos, D.K. & Melo, H.M. (2018) Can digital games in school improve attention? A study of Brazilian elementary school students. Journal of Computers in Education, 1-15. https://doi.org/10.1007/s40692-018-0111-3
Ramos, D., de Melo, H., & Mattar, J. (2018). Jogos digitais na escola e inclusão digital: intervenções para o aprimoramento da atenção e das condições de aprendizagem. Revista Diálogo Educacional, 18(58). doi:http://dx.doi.org/10.7213/1981-416X.18.058.DS04
Ramos, D. K., de Novaes, A. M. C., Martins, M. E. de O., & Bianchi, M. L. (2017). Jogos Digitais na Sala de Aula e o Exercício das Funções Executivas. Revista Tecnologias Na Educação, 18, 1–17. Disponível em: http://tecedu.pro.br/ano-9-numerovol18-edicao-tematicai-iii/
Ramos, D.K. & Segundo, F.R. (2018). Digital Games in the School: improving attention and cognitive flexibility. Educação e Realidade 43(2), 531-550. http://dx.doi.org/10.1590/2175-623665738.
Ramos, Daniela Karine, & Rocha, Natália Lorenzetti da. (2016). Avaliação do uso de jogos eletrônicos para o aprimoramento das funções executivas no contexto escolar. Revista Psicopedagogia, 33(101), 133-143. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862016000200003&lng=pt&tlng=pt.
Ramos, D. K., Rocha, N. L. Rodrigues, K. J. R. & Roisenberg, B.B. (2017). O uso de jogos cognitivos no contexto escolar: contribuições às funções executivas. Psicologia Escolar e Educacional, 21(2), 265-275. http://dx.doi.org/10.1590/2175-3539201702121113.
Mais informações:
https://www.youtube.com/user/profadanielaramos/
https://www.researchgate.net/profile/Daniela_Ramos23
https://escoladocerebro.com/pt/home-pt/
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